1932: Seca.

1945: Ano de nascimento de Sebastião Marinheiro (Bató), a referência à Bató é importante, pois, ele foi apontado como a pessoa mais velha, presente na reunião. Sendo assim, a partir da data de seu nascimento, foi reconstruído, os moradores antes dele. Bató, irmão mais velho, de Tetinha, questionado sobre a sua infância, Bató afirma: “trabalho e comer pau”. Expressão que faz referência às obrigações laborais que toda a sua geração, marcada pela dificuldade assumiu já na primeira infância e à toda sorte de privações.

1958: Ocorreu aquela que é apontada como a maior seca ocorrida na região do Seridó. Durante esse período a comunidade pode contar com um Olho D’água, que nem mesmo nesse período de estiagem teria secado. À medida em que fomos buscando informações sobre este Olho D’água, a comunidade foi desvelando a importância que esta fonte de água foi importante para a manutenção e reprodução da comunidade naquele espaço. Servindo para o abastecimento da comunidade, para a lavagem de roupa, para os animais e plantio de grãos (milho e feijão) e batata. Aqui, podemos aventar a possibilidade de uma comunidade que foi fundada ao redor de um ponto de uma fonte de água.

1991: Escola fechada

2010: Em 2010, José Aécio foi questionado por Oliviano – membro do CEOP - e Franscimar, sobre a possibilidade da comunidade de Serra do Abreu ser um quilombo. José Aécio, conta que a medida em que ia falando sobre os antepassados, foram concluindo se tratar de um quilombo. Enfrentando, quando levou essa questão para a comunidade, não foi compreendido de imediato, alvo de zombaria por alguns, contou-nos que até então, ninguém do povoado, havia ouvido a expressão “quilombo”. Fato que levou todos a um processo que além de compreender do que viria a ser tal expressão, ao processo de construção da identidade de povos descendentes de quilombos.
*Em 28 de setembro de 2010 a Comunidade de Serra do Abreu, foi certificada como território de remanescente de quilombos;

2011: Forma-se a primeira diretoria da Associação Quilombola de Serra do Abreu;

2012/13: Fortalecimento da identidade quilombola e por extensão maior capacidade de mobilização, forjamento de vínculos com outras comunidades de remanescentes quilombolas; construção da sede da Associação.

2014: Posse da segunda diretoria da Associação. Ano de consolidação da associação. Estabelecimento de parcerias e oficinas e participação de editais. Melhoria das estradas, construção da UBS. Neste ano, a comunidade participa do edital do Procase, solicitando a construção de uma casa de doces.

2015: Parceria, oficina, visita e pesquisa.

2019: A casa de doces solicitada no edital do Procase em 2014, enfim é construída, depois de “muita dor de cabeça e reuniões” conseguem. No entanto, a edificação lhes é entregue sem a instalação da rede de energia elétrica, o que obriga os integrantes da Associação, a empreenderem uma outra batalha, agora com a Energisa, empresa de energia elétrica estadual.

2020: A instalação elétrica é feita na casa de doces, por meio da solicitação de um morador de uma extensão elétrica até à nova casa. Todos esses anos, entre a solicitação da casa de doces até a sua operação de fato, fez com que muitas mulheres que se interessaram no primeiro momento em participar da cooperativa, abandonasse a ideia durante o processo. Aqui, faz-se notar a necessidade da implementação de maior agilidade na implementação de projetos, como forma de assegurar o seu sucesso.

2022: Primeira Feira do Nordeste (Natal/RN). A feira contou com a participação da governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra. Ano em que se estabelece as parcerias para a venda dos doces produzidos na comunidade, participam do edital do Governo do Estado da Paraíba, o ParaíbaTec. Participam de cursos voltados para a criação de estratégias para agregar valor à marca de doces. A casa de doces atualmente conta com a participação de 9 mulheres do Quilombo de Serra do Abreu.

Esporte

Futebol é a diversão da comunidade, apontada como atividade promotora de integração social e responsável por afastar os jovens da comunidade de atividade ilícitas e do consumo de drogas. O quilombo possui um time de futebol amador, o Flamengo do Abreu, presidido por Diana. Flamengo do Abreu possui um time masculino e outro feminino. O campo de terra do povoado foi apelido de Marinheirão.

Organização da Comunidade

Dona Maria é a única louceira viva da comunidade. Segundo ela, as novas gerações não teriam manifestado interesse em aprender a fazer as peças. Entretanto, quando questionamos aos presentes a razão das novas gerações não manifestarem interesse, Jefferson fala da falta de investimento público no fomento das atividades locais: “se a Dona Maria, recebe uma bolsa pra ensinar, ela poderia formar várias pessoas. Mas, isso não acontece”.

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